Campanha #Bastaserhumano
Em 2020, ainda no contexto da pandemia, fui convidada a fazer parte do movimento #BastaSerHumano
Cinco trabalhos foram publicados na galeria virtual ArteFato, que podem ser visitada em:
Cadeira Itaituba e tapete Tapajós
Guache e caneta sobre papel
50 x 76 cm
Setembro de 2019
Davi Kopenawa, o xamã e porta-voz dos Yanomamis, se refere aos brancos como “o povo da mercadoria”.
Itaituba, cidade que fica na margem esquerda do Rio Tapajós, é uma das fronteiras do desmatamento da Floresta Amazônica. O quarto município que mais desmata no país acabou de reeleger um prefeito acusado de crimes de grilagem, desmatamento e tráfico de drogas.
Os madeireiros da região amazônica derrubam, em terras públicas, árvores ancestrais, que não lhes pertencem e tampouco foram por eles cultivadas, e vendem 80% destas madeiras nobres aqui mesmo no Brasil, onde se transformam em casas, móveis e outras mercadorias.
Lembrança do dia do fogo
Guache e caneta sobre papel
50 x 76 cm
Setembro de 2019
No dia 10 de agosto de 2019, um grupo de proprietários de terra no entorno da BR-163, na região do Parque Nacional de Jamanxim, uma das unidades de conservação com maior índice de desmatamento dentro da Amazônia Legal, comandaram a realização de queimadas criminosas. A ação coordenada fez o número de focos de calor aumentar cerca de 300% de um dia para o outro na principal cidade da região, Novo Progresso (PA). No dia 19 de agosto, o material tóxico oriundo das queimadas chegou ao sudeste do país, onde transformou o dia em noite na cidade de São Paulo.
Cada queimada na floresta aniquila quatro vezes o nosso futuro: ao mesmo tempo que destrói o mais eficiente sistema de sequestro de carbono da atmosfera, a queima de matéria orgânica desprende CO2 na atmosfera aumentando o efeito estufa que aquece a terra, a destruição elimina a possibilidade de desenvolver a bioeconomia e diminui a circulação dos rios voadores que controlam o regime de chuvas do Texas até a Bacia do Prata.
A grama do vizinho é sempre mais verde
Colagem digital
Agosto de 2020
O Brasil é o país com maior biodiversidade do mundo, por ter em seu território biomas ricos em espécies animais e vegetais como a Amazônia, a Mata Atlântica, o Cerrado e o Pantanal. Aqui já foram catalogados mais de 116 mil espécies da fauna. Em nosso território há ainda imensa diversidade geológica e a maior reserva de água doce do mundo.
A Amazônia pode ser um fator crucial para conter o aquecimento global e ponto de partida para a bioeconomia do futuro. Nosso país tem ainda a mais maravilhosa, potente e diversa cultura do mundo. Somos feitos de Exu e Xapiris, Samba e Makunaima, Emicidas e Daiaras, que vão gestar aqui a invenção de um novo mundo.
Vamos descolonizar nosso modo de olhar o mundo, amar isso tudo aqui e cuidar do nosso jardim.
Agentes químicos, bioquímicos e geológicos da Terra
Colagem digital
Agosto de 2020
A biodiversidade que existe no território brasileiro é pura riqueza, dela hoje depende a sobrevivência da humanidade. Na frágil Floresta Amazônica, no Cerrado e no Pantanal efervesce a plurivida multiespécie mais diversa de toda terra. Estamos assistindo a transformação da quase infinita e aleatória inteiração de vidas em um único, último tapete verde.
Monocultura, monocromática, monótona.
Tudo se torna deserto de soja e de pastagem, que engole todos os outros seres vivos e bebe as águas de nossas bacias enquanto produz calor. Depois que tudo for destruído, quando só houver silêncio e miséria, não haverá mais como alimentar os frangos, os porcos e as boiadas.